Marcada para o dia 12 de abril, mês em que a rádio completa 100 anos, a reunião é uma iniciativa da Frente em Defesa da EBC e do gabinete da deputada Benedita da Silva
Prestes a completar cem anos de atividade e ameaçada de extinção, a Rádio MEC será tema da audiência pública “Cem anos da Rádio MEC e o papel da rádio pública na democracia”, convocada pelo gabinete da deputada Benedita da Silva para o dia 12 de abril, às 16h. Administrada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a MEC quase fechou nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, mas continua resistindo como rádio digital e operando na frequência 800 AM, de baixíssima potência.
A audiência pública debaterá a relevância da emissora e apresentará as reivindicações da Frente em Defesa da EBC, da qual o FNDC faz parte. Estão previstas as participações, ainda não confirmadas, de Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República; Marcelo Kischinhevsky, professor do Núcleo de Rádio e TV da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e representante da Frente em Defesa da EBC; Thiago Regotto, Gerente-executivo de rádios EBC; Alvaro Bufarah Júnior, professor, representante da GP Rádio e Mídia Sonora (Intercom); Helena Theodoro, professora e filósofa; Lalo Leal Filho, Professor da Universidade de São Paulo e membro da Coordenação do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé; e dos jornalistas Carolina Gaspar Barreto e Leonel Quirino, representantes dos sindicatos municipal e estadual de jornalistas do Rio de Janeiro
A Rádio MEC tem uma história marcada pela divulgação da cultura brasileira, notadamente da música clássica, que foi o carro-chefe de sua programação desde o início (foi primeira emissora da América do Sul a difundir uma ópera completa – Rigoletto, de Verdi). A emissora chegou a ter um estúdio amplo o suficiente para abrigar uma orquestra sinfônica, que atualmente se encontra fechado pela Defesa Civil.
Para que continue prestando o serviço de excelência, a emissora deve ser repensada não apenas no aspecto técnico, mas também no contexto da defesa da democracia e do combate à desinformação, podendo desempenhar um papel estratégico de promoção da reflexão crítica dos acontecimentos e no combate às fake news. Nesse contexto, o seu fortalecimento precisa da participação da sociedade civil, que só será possível por meio da recriação do Conselho Curador da EBC, da recomposição da equipe e mais investimento na programação e na difusão, entre outras medidas de natureza técnica.